A ansiedade é uma sensação experienciada por qualquer ser humano, sendo percebida como difusa, desagradável, de vaga de apreensão e podendo ser relativa a alguma preocupação algo de ruim que possa vir a acontecer, muitas vezes acompanhada por sintomas corporais como dor de cabeça, palpitação, aperto no peito, desconforto abdominal e inquietação. Resumindo, a experiência da ansiedade apresenta dois componentes: a percepção das sensações corporais e a percepção do estar nervoso ou assustado. A ansiedade pode representar um sinal de alerta ou perigo iminente, dando suporte para que uma pessoa consiga lidar com uma ameaça desconhecida, interna, vaga ou conflituosa. Enquanto que o medo é um sinal de alerta semelhante, porém acontece quando há um ameaça definida ou não conflituosa.
Quando a ansiedade passa a ser intensa ou frequente, pode representar uma doença. Os transtornos mentais que envolvem ansiedade ou medo diferem entre si nos tipos de objetos ou situações que induzem medo, ansiedade ou comportamento de esquiva e no pensamento associado. Dentro desse grupo de doenças, estão incluídos: transtorno de ansiedade generalizada, fobia específica, fobia social, transtorno de pânico, agorafobia, transtorno de ansiedade induzido por substância/medicamento, transtorno de ansiedade de separação, mutismo seletivo, transtorno de ansiedade devido a outra condição médica e outro transtorno de ansiedade especificado / não.
Há dados que sugerem que uma em cada quatro pessoas possa ser diagnosticada com pelo menos um transtorno de ansiedade, sendo as mulheres as mais afetadas.
O foco desta postagem é o transtorno de ansiedade generalizada, que é o mais lembrado quando se fala em ansiedade. Pessoas que parecem ansiosas com todas as situações, têm mais chances de serem diagnosticadas com transtorno de ansiedade generalizada, uma doença que em geral, começa no fim da adolescência ou início da vida adulta, embora seja comum ver casos em adultos mais velhos e afeta de 3 a 8% da população.
A origem da doença vem de fatores biológicos (devido alterações em substâncias ou circuitos cerebrais), genéticos (familiares) , psicológicos e / ou sociais.
O transtorno de ansiedade generalizada, tem como características: ansiedade e preocupação excessivas, ocorrendo na maioria dos dias e em diversos eventos ou atividades, o indivíduo considera difícil controlar a preocupação, podendo estar associado a: inquietação ou sensação de estar com os nervos à flor da pele, cansaço, dificuldade em se concentrar ou sensações de “branco” na mente, irritabilidade, tensão muscular, mudanças no padrão de sono, tremores, contrações, abalos e dores musculares, sudorese, náusea, diarreia, batimentos cardíacos acelerados, falta de ar, tonturas, dentre outros sintomas.
Pode ser acompanhada de outros transtornos ansiosos (como fobia social, fobia específica ou transtorno de pânico), depressão, abuso de substâncias (como álcool, maconha, tabaco e cocaína), tentativas de suicídio e, em casos mais graves, delírios e /ou alucinações.
O tratamento se baseia em tratamento não farmacológico (psicoterapia , mudança de estilo de vida…) e / ou farmacológicos (com medicações).
A importância do médico psiquiatria serve tanto para se chegar ao diagnóstico, com exclusão de causas “orgânicas” (como doenças “clínicas” que possam causar sintomas semelhantes), como orientar o tratamento a ser seguido, assim como a medicação específica (se julgada necessária).