A esquizofrenia é uma doença marcada pelo preconceito ao longo da história, sendo os portadores desta doença muitas vezes excluídos da sociedade e tratados de forma desumana. Felizmente, ao longo do último século foi possível prover uma melhor qualidade de vida a esses indivíduos, podendo ser possível a sua reintegração à sociedade. Os pacientes não são necessariamente perigosos, apesar de se achar isso, a chance de um paciente com esquizofrenia cometer um homicídio é muito baixa, menor do que eles cometerem suicídio (por exemplo).
Costuma começar antes dos 25 anos, persiste durante toda a vida e afeta pessoas de todas as classes sociais. Tanto os pacientes como suas famílias muitas vezes sofrem de cuidados deficientes e ostracismo social devido a ignorância sobre o transtorno. Está presente em aproximadamente 1% da população, sendo que nos homens pode se iniciar de forma mais precoce que nas mulheres, porém atinge os dois na mesma proporção. Tem como causa a interação de fatores genéticos, sociais e ambientais.
Antes do surgimento da doença, muitas vezes eram considerados quietos, passivos e introvertidos; na infância, tinham poucos amigos. Adolescentes pré-esquizofrênicos podem não ter amigos próximos, nem interesses românticos, e também evitar esportes de equipe. Muitas vezes, preferem assistir a filmes ou televisão, escutar música ou jogar games de computador a participar de atividades sociais. Alguns pacientes adolescentes podem exibir início súbito de comportamento obsessivo-compulsivo como parte do quadro.
São pessoas que muitas vezes parecem estar alheias ao mundo, vivendo apenas dentro dos seus próprios pensamentos e tendo dificuldades na interação social e, em consequência disso, podem ter comportamentos bizarros, delírios ou alucinações.
Há diferentes subtipos, tais como paranoide (se sente perseguido), desorganizado (se perde nos próprios pensamentos e parece estar desorganizado / desconectado em relação ao mundo, com fala confusa e comportamento peculiar) e simples (onde há o empobrecimento gradual e aparente “esvaziamento” de conteúdo e personalidade).
Para ser diagnosticado, deve ter sintomas como delírios, alucinações, discurso desorganizado, comportamento grosseiramente desorganizado e sintomas negativos (expressão emocional diminuída ou falta de vontade de realizar atividades / falta de objetivos).
Os delírios são idéias fixas que o indivíduo possa ter, exageradas e que podem estar equivocadas, envolvendo temas diversos (como se sentir perseguido / achar que alguém está planejando algo contra ele); as alucinações mais comuns são vozes que o paciente escuta e de fato não existem, tendo conteúdo diverso (como alguém que já morreu ou um personagem). Devido a tais delírios ou alucinações, o indivíduo pode ficar agitado.
É uma doença sem cura, porém com o tratamento o paciente pode apresentar uma boa qualidade de vida e ser reintegrado a sociedade. O tratamento multidisciplinar (envolvendo psiquiatra, psicólogo, terapeuta ocupacional e outros profissionais) é essencial para a reinserção na sociedade. O tratamento com o psiquiatra envolve a prescrição de medicações e, em casos mais graves, também há a possibilidade de tratamento com eletroconvulsoterapia (ECT), além de outros tratamentos que vêm sendo mais pesquisados nos últimos anos.
A importância do médico psiquiatria serve tanto para se chegar ao diagnóstico, com exclusão de causas “orgânicas” (como doenças “clínicas” que possam causar sintomas semelhantes), como orientar o tratamento a ser seguido, assim como a medicação específica (se julgada necessária).